14 de abril de 2010

Projeto irá preservar e divulgar a história da Estação Ferroviária


No próximo sábado, 27, começam as atividades do projeto Ferrovia Oeste de Minas – Memória e História. Na ocasião, serão contadas algumas histórias da Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM), que tem 128 anos (...). O objetivo é reconstruir a história da EFOM, desde sua implementação em 1881, até 1983, final de sua exploração comercial; divulgar a ferrovia e reconhecer o trabalho e a cultura dos ex-ferroviários.

José Roberto Câmara Vitral, coordenador do projeto, afirma que isso será feito por meio de depoimentos das pessoas que trabalharam na ferrovia, resultando, posteriormente, em um documentário educativo. As atividades, que durarão o ano todo, serão abertas, gratuitamente, à população.

“Já temos contato com vários ferroviários que guardam fotografias, documentos e objetos. Reuniremos informações como: experiência de vida, trabalhos acadêmicos de historiadores e uma parte de casos. A intenção é montar um documentário com esse material, que deverá ficar pronto em maio. Então, divulgaremos o filme nos meios de comunicação e em concursos. Ao fim do ano, pretendemos apresentar todo o material colhido, à população, em dois seminários e distribuir o vídeo em escolas e locadoras, para que mais de 50% da população tome conhecimento”, adiantou José Roberto.

Instruir a comunidade
   As atividades e palestras mensais pretendem “trazer o povo para dentro do Complexo Ferroviário”. Os organizadores querem mostrar, à comunidade e aos turistas, a história e influência que o Complexo Ferroviário exerceu sobre a sociedade são-joanense, bem como relembrar o habitus dos ferroviários. “Vão ser discutidos temas, apresentaremos filmes, as pessoas se encontrarão. Muitos ferroviários não se veem há muitos anos e devem levar os filhos e netos para conhecer aquele ambiente em que seus avôs e avós conviveram”, contou o coordenador.

Outras atividades
   Haverá, também, um concurso de fotografias acerca da ferrovia, que será aberto em março e terminará em dezembro. “Queremos fazer uma exposição das fotos tiradas no concurso, junto com as fotos antigas, que os ferroviários guardam. Em dezembro, faremos o seminário de encerramento, em provavelmente três ou quatro dias. Chamaremos pessoas de outras cidades, também ligadas à ferrovia, para promover o intercâmbio de informações. Fiz contato com Divinópolis, importante centro ferroviário, e lá há muitos ex-ferroviários, a maior parte mecânicos, que se interessaram em participar”, informou.

Publicado originalmente em:  Folha das Vertentes, ed. 147, ano 06, 2ª quinzena de março de 2010.

11 de abril de 2010

Eleição 2010: cenários e perspectivas

O momento em que estamos já estabeleceu que a polarização entre Serra e Dilma será a tônica desta campanha. As projeções que fizemos indicam que Dilma está em curva ascendente consistente e Serra, na melhor das hipóteses, se estabilizará na faixa de 30-35%, percentual próximo ao que obteve no 2º turno de 2002 (38%). Isto é, a sua passagem pela prefeitura de São Paulo e no governo do estado de São Paulo (2006-09) não lhe acrescentou nada de significativo em termos de voto. Dilma, ao contrário, entra nesta disputa com 4% de intenções de voto em fevereiro de 2008 e hoje se projeta apontando para cima em vias de passar o Serra em breve. A análise é de Marcus Figueiredo, do IUPERJ.
Data: 11/04/2010
Sabemos de longa data que o primeiro passo para uma disputa eleitoral competitiva é a construção do cenário político feito pelos partidos. O cenário eleitoral constitui-se de dois elementos fundamentais: as candidaturas e as suas agendas. Candidatos e agendas formam uma entidade, um “ser político”, dual, fundado nas respectivas histórias e ações prospectivas.

No jargão da ciência política, candidatura implica no binômio história e futuro. Popularmente, aos olhos do eleitorado, Collor era “o jovem, destemido, que veio para cuidar da gente”; Maluf é “o malandro, como Pedro Malazarte, que ‘cuida’ da gente”; FHC é o “príncipe que veio cuidar da gente”; Lula, “como a gente, operário, que veio cuidar de gente como a gente”.

Portanto, história e futuro “da gente” formam o cenário eleitoral. E é isto o que estamos vendo na preparação das eleições deste ano. (Vejam nos gráficos abaixo.)

Gráfico 1: Intenção de voto 2010 Sempre Cenário 1 - Ponto a ponto - atualização 9/4/2010



No primeiro acompanhamos a evolução das candidaturas já confirmadas para este ano. Polarizando a disputa, de um lado temos José Serra (PSBD, e seus aliados) e de outro Dilma Rousseff (PT e aliados). Alem desses dois, outros aprecem nas pesquisas, especialmente, Ciro Gomes e Marina Silva. Em breve alguns mais estarão nas pesquisas, os ditos “nanicos”.

Este cenário vem sendo construído desde fevereiro de 2008, ocasião em que apareceu, publicamente, a primeira pesquisa de intenção de voto. De lá para cá várias simulações foram feitas e a polarização entre Serra e Dilma sempre foi destacada, independentemente das respectivas intenções de voto.

Para compreendermos melhor a construção do cenário temos que ter em mente que o processo eleitoral brasileiro tem quatro etapas estabelecidas por leis. A primeira delas, sem data estabelecida para começar vai até fim de março, quando candidatos têm que se desincompatibilizar de cargos executivos, como aconteceu agora com José Serra e Dilma Rousseff. Este é o período em que os pretendentes constroem suas alianças, políticas e sociais, e posicionam-se perante o eleitorado, isto é, publicitam suas histórias e dizem ao eleitorado “a que vieram”.

Este é um momento em que as candidaturas sofrem oscilações maiores. Passado esta etapa, as definições das candidaturas tornam-se mais nítidas e entra em jogo as alianças sociais em tornos dos candidatos. Isto é, os grupos e classes sociais vão se posicionando em torno dos candidatos e os indecisos vão palatinamente diminuindo. Hoje temos 20% de indecisos, mais do que os “Outros” candidatos e Serra e Dilma estão virtualmente empatados, 34% e 31%, respectivamente. Esta segunda etapa vai até junho quando as convenções partidárias formalizam as candidaturas. Neste período vivemos um limbo eleitoral, pois já temos candidatos definidos, mas não se podem fazer campanhas. É por isso que o Presidente Lula tem sido multado pelo TSE ao fazer inaugurações e discursos abrindo espaços para a apresentação da candidata do PT.

As demais etapas começam em julho quando as campanhas ganham as ruas e a propaganda eleitoral começa. Até lá ainda teremos oscilações nas intenções de voto, porém menores.

Gráfico 2: Intenção de Voto e projeção 2010 sempre cenário 1 ponto a ponto - atualizacao 9/4/2010



O momento em que estamos já estabeleceu que a polarização entre Serra e Dilma será a tônica desta campanha. As projeções que fizemos indicam que Dilma está em curva ascendente consistente e Serra, na melhor das hipóteses, se estabilizará na faixa de 30-35%, percentual próximo ao que obteve no 2º turno de 2002 (38%). (Ver gráfico das curvas de tendências) Isto é, a sua passagem pela prefeitura de São Paulo e no governo do estado de São Paulo (2006-09) não lhe acrescentou nada de significativo em termos de voto.

Dilma, ao contrário, entra nesta disputa com 4% de intenções de voto em fevereiro de 2008 e hoje se projeta apontando para cima em vias de passar o Serra em breve.

O cenário construído tem e terá até a eleição o confronto de duas historiais e duas agendas: Serra, com sua história e suas alianças já definidas, herda os 8 anos dos governos FHC e Dilma, com sua história e suas alianças já definidas, herda os 8 anos dos governos Lula.

O eleitorado, mais uma vez, irá perguntar: “quem são esses caras, de onde vieram, o que oferecem pra cuidar da gente?”.

OBS.: Os gráfico não foram encontrados.

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